quarta-feira, 25 de julho de 2007

Entendendo Binóculos

Estou copiando aqui um texto que encontrei sobre binóculos que retirei do site da loja "Paraquedas". Estava querendo comprar um mas antes de comprar achei melhor entender o que significava aqueles números do tipo "8x21" que são usados para designar um binóculo e outras características importantes. Optei por um da linha "Essentials" da TASCO que são bem compactos e ideais para levar em trilhas.

Quem tiver interesse pode verificar alguns modelos diretamente no site da loja: http://www.paraquedas.net/

Segue o texto:

Os binóculos são instrumentos ópticos constituídos de dois pares de lentes ou de conjuntos de lentes. As lentes da frente, sempre bem maiores que as de trás, são as objetivas, assim chamadas porque estão do lado do objeto a ser observado. As de trás, por onde se olha, são as oculares. As objetivas recebem a luz e formam uma imagem do objeto dentro do binóculo. As oculares ampliam esta imagem e a apresentam aos olhos. Nos binóculos modernos as lentes simples foram substituídas por lentes compostas com a finalidade de eliminar distorções de imagem e de cor que as lentes simples produzem. Entre as objetivas e as oculares estão os prismas, que funcionam como espelhos, mudando a direção da luz e invertendo a imagem, que de outra forma pareceria de cabeça para baixo. Os prismas contribuem para diminuir a extensão do binóculo, tornando-o mais compacto. Há dois sistemas de prismas:

----------- Sistema Roof








----------- Sistema Porro

Porro (nome do italiano que idealizou o sistema, inicialmente para telescópios, adaptado posteriormente pela Zeiss para binóculos) e Roof. No sistema Roof as objetivas e oculares estão na mesma linha. Portanto são mais compactos que os de sistema Porro, em que as objetivas estão mais afastadas entre si que as oculares (há dois prismas montados em ângulo reto um com o outro). O sistema Roof tem a vantagem de ser mais compacto, porém há os que vêm vantagem em uma maior distância entre as objetivas, o que dá um efeito estereoscópico melhor. O sistema Porro era predominante até a década de 60. Hoje o sistema Roof é preferido para observação de aves. Por terem um sistema mais complexo são mais dispendiosos.

Variedade de binóculos: Desde os pequenos modelos dobráveis de teatro até os grandes "Astronômicos". Os equipados com "zoom" permitem variar o aumento acionando-se um dispositivo. Os modelos "in focus" apresentam a imagem sempre focalizada, dispensando acionar-se um comando para isto. Também já estão disponíveis binóculos com dispositivos que diminuem o efeito do tremor das mãos.
Os binóculos podem ser caracterizados por três qualidades ópticas: o aumento, a luminosidade e o campo de visão.
Em geral eles vêm especificados por dois números separados por um "X". Por exemplo: 8X40, 7X50, etc. O primeiro número seguido do "X" refere-se ao aumento e o segundo número refere-se ao diâmetro da objetiva em milímetros.

O aumento: Rigorosamente falando, a aproximação, refere-se a quantas vezes o objeto parece aumentado ou aproximado de nós. Um objeto situado a 1000 metros parecerá estar a uma distância de 100 metros se observado com um binóculo de aumento de 10 vezes (10X) e a uma distância de 125 metros se o binóculo for de 8X. Da mesma forma seu tamanho aparente estará aumentado tantas vezes quantas for o aumento do binóculo.











A luminosidade: Relativa ou coeficiente de brilho de um binóculo é dada pelo seguinte cálculo:
Luminosidade = (diâmetro da objetiva x pupila de saída) / aumento
Quanto maior o diâmetro da objetiva, maior a luminosidade, pois maior quantidade de luz passa por ela e maior será também o potencial de resolução do binóculo. Quanto maior o aumento, menor a luminosidade, pois a medida em que se amplia o aumento quantidades menores de luz proveniente das objetivas atingem as oculares. Isto pode ser constatado facilmente nos binóculos com "zoom". Acionando-se o dispositivo para um aumento maior percebe-se que a luminosidade decresce.

A pupila de saída: Corresponde ao diâmetro do feixe de luz que é oferecido ao olho. Para que o olho aproveite toda a luz oferecida pelo binóculo, e neste caso a imagem parecerá mais clara, é necessário que a pupila de saída não seja maior que o diâmetro da pupila do olho. A pupila humana varia de aproximadamente 2 a 4 milímetros em dias claros até 7 milímetros na completa escuridão. Desta forma, durante dias claros e em lugares abertos, binóculos com pupilas de saída menores, em torno de 4 mm, serão mais brilhantes. Em astronomia pupilas de saída de 7 mm são padrões. Para observação de aves, considera-se que mesmo nas piores condições iluminação, a pupila de saída poderá ter no máximo 6 mm. Os chamados binóculos "noturnos", como o 7X50, têm pupila de saída de 7 milímetros, oferecendo ao olho um largo feixe de luz. São por isto ideais para ambientes e horários de pouca luminosidade.












A capacidade de abertura da pupila diminui com a idade. Em torno dos 20 anos ela abre-se até em torno de 7 mm. Já aos 50 anos esta abertura máxima pode ser só de 5 mm. Portanto, pessoas com esta idade ou mais não se beneficiam com binóculos com pupilas de saída maiores que este valor.
Uma forma de aproveitar completamente a luz oferecida pelo binóculo, ou seja, fazer com que a pupila do olho se acomode a um diâmetro igual ou superior à pupila de saída, é impedir que a luz do ambiente atinja os olhos por cima e pelos lados. Isto pode ser conseguido com o boné e as mãos em viseira. Uma forma prática de verificar se o binóculo é adequado é dividir o diâmetro da objetiva pelo aumento, que dará a pupila de saída:

Pupila de saída = diâmetro da objetiva / aumento

Qualidade das lentes: Os binóculos de boa qualidade têm suas lentes revestidas com uma finíssima camada de fluorido de magnésio. É esta camada que dá às lentes um tom azulado. Sua finalidade é diminuir a reflexão pela superfície da lente. Sempre que esta superfície está em contato com o ar, ocorre a reflexão de aproximadamente 5% da luz. Somando-se todas as superfícies em contato com o ar quando a luz percorre o binóculo, o total de reflexão pode atingir até 50% da luz incidente nas objetivas, que é o que acontecia com os binóculos antigos. As reflexões no interior do binóculos dificultavam a observação da imagem, como se assistíssemos um filme com as luzes acesas. O fluorido de magnésio pode reduzir a reflexão para 1 ou 1/2% e, quando aplicado em camadas múltiplas, para até 0,25% por superfície. Desta forma, binóculos modernos conseguem transmitir 95% da luz incidente nas objetivas até nossos olhos. Além de aumentar a luminosidade, evita o aparecimento de "imagens fantasmas" decorrentes dos reflexos. Pode-se verificar se as lentes estão recobertas com este material observando-se nas lentes o reflexo de uma luz fluorescente. Nas lentes recobertas com fluorido de magnésio o reflexo terá uma cor azulada, esverdeada, alaranjada ou avermelhada. Nas especificações técnicas dos binóculos poderão constar esta qualidade. Utiliza-se a seguinte nomenclatura:

C - (coated optics): uma ou mais superfícies recobertas.

FC - (fully coated): todas as superfícies recobertas. Lentes plásticas não são recobertas.

MC - (multi-coated): uma ou mais superfícies recobertas com várias camadas.

FMC - (fully multi-coated): todas as supefícies ar-lente são recobertas com multi-camadas.

A luminosidade é uma qualidade muito importante quando se pretende fazer observações em ambientes pouco iluminados, como florestas densas ou em horários de pouca claridade, como ao amanhecer e ao entardecer.

O campo de visão: É a amplitude da imagem que vemos no binóculo. É como se dentro de uma sala observássemos uma paisagem através de janelas de diversos tamanhos. Quanto maior a janela, maior a área da paisagem que podemos observar, ou seja, maior o campo de visão. Ele pode ser medido de duas formas. A medida linear é a medida em pés (1 pé = 30,48 cm) da área observada por meio do binóculo, situada a uma distância de 1000 jardas (1 jarda = 3 pés), ou seja, 914 metros. O campo de visão pode ser medido também pelo ângulo de visão. Em geral está entre 5 e 8 graus. Há uma relação entre o campo de visão e o diâmetro da objetiva: quanto maior este, maior aquele. Quanto maior o aumento, menor o campo de visão. Campos de visão amplos ajudam a localizar mais rapidamente o objeto. O campo de visão medido pelo ângulo pode ser transformado na medida linear multiplicando-se o ângulo por 52,5, o que dará a medida linear. Binóculos com maiores campos de visão são também mais caros, pelo fato de terem um sistema de lentes oculares mais complexo e prismas maiores.

Afastamento dos olhos: Para os que usam óculos é uma qualidade importante do binóculo, esta característica é a distância máxima que os olhos podem ser afastados das oculares, sem que haja diminuição do campo de visão. Em geral este valor varia de 9 a 13 mm. Uma forma de aproximar os olhos das oculares é retirando as proteções de borracha que fica em torno das oculares, eventualmente substituindo-as por outras menos proeminentes, apenas para proteger os óculos de arranhaduras. Existem binóculos com oculares especiais para usuários de óculos, com afastamento dos olhos de 14 a 20 mm. Quanto maior o campo de visão menor o afastamento dos olhos.
Quem usa óculos tem uma dificuldade adicional pois os olhos ficam mais distantes do binóculo, permitindo a entrada da luz. No campo não é prático ficar tirando e pondo os óculos pois acaba-se perdendo tempo de observação. Lentes de contato são desaconselháveis pois é muito freqüente caírem ciscos nos olhos, o que pode ocasionar complicações.
Quando o tempo está muito quente e úmido os óculos poderão ficar embaçados com freqüência. Pode-se usar produtos desembaçadores ou mesmo “riscar” a lente com velas e espalhar a parafina com um papel fino.

Distância mínima de focalização: É uma característica importante, principalmente quando se observa aves que estão bem próximas de nós, como no sub-bosque de matas, por exemplo. Os binóculos mais modernos são melhores neste aspecto, permitindo focalizar a uma distância de 5 m com um aumento de 8x.Os portadores de miopia ou hipermetropia puros podem simplesmente tirar os óculos no momento de usar o binóculo, já que a focalização do binóculo supre a função corretiva dos óculos nestes casos. Entretanto ficar pondo e tirando os óculos pode não ser prático no campo.O fluorido de magnésio pode ser aplicado também nos óculos, melhorando a sua visibilidade.

Ajustes do binóculo: O binóculo apresenta dois ajustes que permitem adaptá-lo aos olhos de cada indivíduo. O primeiro, chamado ajuste das oculares, permite focalizar individualmente para cada olho, o que é útil para as pessoas que apresentam diferenças visuais entre os olhos. Frequentemente este ajuste sai da posição, pelo manuseio do binóculo. Para evitar ter que ficar ajustando frequentemente, podemos fixá-lo com uma fita adesiva. O segundo permite variar a distância entre as oculares, de modo que esta distância corresponda à distância inter-pupilar de cada um. Existe em geral junto ao eixo do binóculo uma escala variando de 60 a 70 que corresponde à distância entre os centros das oculares. É bom que cada um meça sua distância inter-pupilar ou a verifique, quando houver, na receita do oculista e ajuste o binóculo para esta medida, o que garante uma melhor visibilidade.

Escolha do binóculo: Alguém já disse que qualquer binóculo é melhor que não ter nenhum, porém algumas características são desejáveis no binóculo. Pode parecer que quanto maior o aumento melhor o binóculo. Isto nem sempre é verdade, com um binóculo de grande aumento é mais difícil focalizar e também há maior necessidade de mantê-lo imobilizado, para evitar que a imagem fique "balançando". Outras desvantagens são a menor luminosidade, o maior peso, a maior distância mínima de focalização, o menor campo de visão e o maior preço. Os ideais são os de aumento entre 7 e 12X. Para observações no campo aberto, o de 10X a 12X é uma boa opção. O modelo 7X50 é muito apreciado por sua alta luminosidade e amplo campo de visão, sendo preferido para observações astronômicas e na mata, onde as aves são vistas a menores distâncias e o ganho em luminosidade é fundamental. O peso é uma qualidade importante na escolha do binóculo pois pode ser cansativo carregá-lo e segurá-lo durante horas. A pressão da correia sobre o pescoço pode causar cansaço e a pressão sobre as veias pode causar dores de cabeça. Para evitar isto pode-se utilizar o suspensório de binóculo que é uma correinha presa à alça do binóculo e ao passador da calça ou ao cinto, que puxa a alça do binóculo para as costas, evitando a pressão sobre o pescoço.



Veja a qualidade de uma imagem vista por uma mesma ampliação entre binóculos de lentes objetivas 32mm e 50mm, sendo que as de 50mm oferecem imagens mais claras e nítidas por receber mais luz através de sua lente objetiva.

Relação de ampliação entre 7x e 10x

Binóculos "in focus" têm a desvantagem de não permitir foco para distâncias menores. Os equipados com "zoom" têm sistemas ópticos inferiores aos dos binóculos convencionais.
Binóculos melhores são feitos com vidros de alta densidade Bak 4, vidros de baixa densidade Bak7, portanto de pior qualidade, podem mostrar uma pupila de saída não perfeitamente circular, um pouco quadrada.

Cuidados com o binóculo: A correia do binóculo deve ser ajustada de modo que ele fique na altura do peito, para evitar que fique balançando e corra o risco de colisões. Pode-se também usar uma correia adicional para fixá-lo ao peito quando se precisa saltar algum obstáculo, passar por baixo de cercas, etc. Uma forma mais simples de fazer isto é colocar o binóculo debaixo da alça da bolsa a tiracolo que cruza o peito.
As lentes devem ser cuidadosamente limpas com uma escova apropriada, vendida em lojas de instrumentos ópticos e solventes apropriados. Não é recomendável limpá-las com panos e papéis comuns para não arranhar a fina camada de fluorido de magnésio. Eventualmente a lente poderá estar engordurada, sendo necessário o uso de algum solvente apropriado para limpeza de lentes, que pode ser adquirido em lojas especializadas.
O binóculo deve ser guardado envolvido em um pano, uma flanela por exemplo, para protegê-lo da poeira e no caso de quedas.
É comum ocorrer o crescimento de fungos sobre as lentes, nas partes internas. Normalmente as objetivas podem ser desatarrachadas com facilidade, permitindo que se faça a limpeza interna. No caso de se notar dificuldade, ou se houver fungos também nas oculares e prismas, talvez seja melhor levar a um serviço especializado para fazer a limpeza. Os fungos são beneficiados pela umidade que deve ser evitada guardando o binóculo em locais secos e colocando em seu estojo alguns saquinhos de sílica gel. Os ambientes fechados favorecem o desenvolvimento de fungos. Tem-se notado que a melhor forma de guardá-lo é colocando entre ele uma flanela para evitar a poeira e deixando-o pendurado na parede, ou sobre alguma prateleira, ao ar livre.

O sistema óptico do binóculo: Pode se desalinhar produzindo imagens em pontos diferentes (não é um defeito do equipamento, apenas uma regulagem que deverá ser feita de tempos em tempos) das duas retinas, obrigando os olhos a compensarem isto para que possamos ver uma e não duas imagens. Quando o desalinhamento é pequeno pode passar despercebido. Entretanto, após horas de uso causa cansaço visual e dores de cabeça. Podemos perceber este desalinhamento por um desconforto visual nos momentos em que começamos a olhar com o binóculo ou quando deixamos de olhar com ele. Quando o desalinhamento é grande os olhos não conseguem compensá-lo e a imagem aparece duplicada. Caso isto ocorra o binóculo precisa ser ajustado por um especialista.

Fonte:

Um comentário:

André Zancanaro disse...

Cara, deu até vontade de comprar um binóculos, vou comprar da marca TOSCO, lá na Santa Ifigênia, hahahahahahaha...