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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Avalanches


NOTA: Este texto foi gentilmente traduzido e enviado pelo Azimutante Milton Marques que atua como Guia de Montanha na região da Patagônia Argentina. Tal artigo é de extrema importância para quem frequenta ou deseja frequentar montanhas nevadas.

Prevenção contra avalanches.

A prevenção só é possível quando existem os conhecimentos profundos da geografia, das características da neve e das técnicas de auto-resgate treinadas no ambiente.

Para prever as avalanches é fundamental compreender seus diferentes tipos, como se relacionam estes com as propriedades da neve, o tipo de terreno, o clima, a orientação das ladeiras e os fenômenos atmosféricos (vento, chuvas, temperatura, etc.). A presença humana nestes cenários exerce influência na geração das avalanches.

A incorporação deste conjunto de informações teóricas e da experiência prática (em contato com o elemento, o estudo no lugar do manto de neve) estimula o crescimento de uma forma de consciência acrescentada. No cotidiano se conhece como o olfato do andinista, poderia dizer a intuição, a percepção do risco. Diria que esta é uma capacidade de desenvolvimento sobre as bases recém expostas e cujo resultado concreto é a antecipação, ferramenta crave da prevenção.

As pendentes mais perigosas estão entre os 25° e os 45° graus de inclinação.

Técnicas de auto-resgate


O fato de haver completado uma sólida formação técnica na prevenção de acidentes não garante que estejamos isentos de sermos vítimas de avalanches. Os elementos que influem na formação de uma avalanche geram um número infinito de variáveis, dando como resultado um risco residual considerável.

Por isso a aprendizagem das técnicas de auto-resgate é fundamental para a prevenção.


Para demonstrar rápidamente porque é importante possuir treinamento em técnicas de auto-resgate, vale demonstrar as estatísticas, que nos ajudam a compreender que em uma situação de avalanche, atuar com efetividade e rapidez, dispondo de equipamento adequado e de treinamento específico, pode significar a diferencia entre a vida e a morte.


Porcentagem de sobrevivência entre pessoas soterradas por avalanche.


  • 80% sobrevivem se permanecem na superfície.
  • 40 – 45% sobrevivem se ficam parcial ou totalmente enterrados.
  • 55 – 60% sobrevivem se ficam protegidos por veículos ou edifícios.
Causas de morte em avalanches:

  • 65% asfixia
  • 25% colisão com árvores, rochas e outros obstáculos.
  • 10% hipotermia e choque.


Sobrevivência de vítimas que ficaram enterradas em função de tempo de resgate.


  • As vitimas que ficam enterradas sobrevivem em 40% do total.
  • 20%(50% dos sobreviventes) vivem mais de 30 minutos.
  • 13% vivem mais de uma hora.
  • 7% vivem mais de duas horas.
  • 4% vivem mais de três horas.
  • Os resgates com vida de pessoas enterradas a mais de 2 metros de profundidade são só 4%.

O equipamento de auto-resgate indispensável.

ARVA – equipo emissor e receptor.

Emite um sinal sonoro conhecido como "beep".

Quando uma pessoa é vitima de uma avalanche ficando soterrado, seu ARVA em posição de emissão envia um sinal. As pessoas que ficam fora colocam seus ARVA em recepção, e desta maneira através de um método específico de busca podem localizar a posição da vítima enterrada.


Sonda desmontável
É indispensável na segunda etapa, já que nos permitirá sentir um corpo enterrado na neve, garantindo que o trabalho de escavação seja certeiro. A sonda permite captar claramente a diferença entre um corpo de outros objetos, especialmente rochas.


Pá de neve desmontável

É essencial na última etapa desta operação de auto-resgate que consiste em desenterrar a vitima no menor tempo possível.


Treinamento específico.

É fundamental ter um treinamento específico para o manejo dos equipamentos junto ao resto dos equipamentos de auto-resgate e fazer simulados.

Busca com ARVA, Sonda e pá.


Primeiros Socorros

Uma vítima de avalanche sempre apresenta um quadro de hipotermia de leve a sevéro, pode apresentar obstrução nas vias aéreas e parada respiratório ou cardiorrespiratório, traumatismo, hemorragias, etc. Em qualquer destes casos será necessário responder eficazmente a vítima nos primeiros socorros.


Proteção para hipotérmico.


Dicas importantes:

  • Evitar andar só na montanha no inverno. Uma vítima de avalanche dependerá de seus companheiros para resgatá-la.
  • Quando em grupo mantenha distância entre os membros do mesmo em terrenos expostos. Isso distribui o peso sobre o manto de neve e assegura que os membros do grupo poderão atuar se necessário.
  • Qualquer pessoa que se encontra transitando dentro de uma área exposta deve estar sendo vigiada pelos outros membros.
  • Durante uma tempestade de neve e o período de tempo imediatamente posterior a esta, se considera o momento de maior risco de avalanche.
  • É recomendável esperar 48 horas após uma nevasca intensa para transitar terrenos com exposição de avalanche.
  • Ainda dentro de um centro de esqui ou mesmo nas imediações, o terreno denominado "fora de pista" deverá ser considerado potencialmente perigoso, especialmente depois de uma tempestade de neve.

Bibliografia recomendada:

Manual técnico de avalanchas, David Mc-clung – Peter shaerer, Desnível.

Nieve y Avalanchas y meteo-France.

Traduzido por Milton Marques (www.azimutantes.blogspot.com).

www.avalanche.ca

www.csac.org

sábado, 17 de maio de 2008

Animais Peçonhentos: Lonomia

Quando se fala de animais peçonhentos logo pensamos em cobras ou aranhas mas a Lonomia Oblíqua é uma espécie de taturana que pode causar sérias complicações levando até a morte em caso de acidente. São encontradas mais na região Sul e com alguns relatos de acidente no estado de São Paulo.

Com aproximadamente 6 cm de comprimento quando adultas, estas lagartas apresentam espinhos verdes em forma de pinheirinhos sobre o corpo, chamados de scoli. O corpo é marrom escuro com uma faixa marrom (diferenciada do resto do corpo) que se estende por todo o dorso do inseto, sendo margeada por uma estreito contorno preto e este é revestido por um outro contorno branco, este mais externo.

A alimentação do animal é preferencialmente folhas das árvores silvestres e algumas frutíferas como pêssego, ameixa, abacate, goiaba, maçã e manga. Ela vive em comunidades de 80 a 100 animais, que durante o dia ficam agrupados em forma de 'tapete'.

Como prevenir acidentes:

- Na trilha observar antes de colocar a mão em troncos de árvores e raízes, olhar onde vai sentar ou encostar.

- Os acidentes ocorrem geralmente na manipulação de troncos de árvores frutíferas e jardinagem (seringueiras, araticuns, cedro, figueiras-do-mato, ipês, pessegueiros, abacateiros, ameixeiras, etc.).

- Verificar previamente a presença de folhas roídas na copa, casulos e fezes de lagartas no solo com seu aspecto típico, semelhante a grãos dessecados de pimenta-do-reino.

- Observar, durante o dia, os troncos das árvores, locais onde as larvas poderão estar agrupadas. À noite, as taturanas dirigem-se para as copas das árvores para se alimentarem das folhas;
Usar luvas de borracha, especialmente as pessoas que têm contato freqüente com as plantas.

Tratamento:

Nos acidentes por taruranas, recomenda-se aplicação de compressa de água fria no local do contato. Caso a dor seja insuportável há necessidade da aplicação de anestésico injetável local. Essa medida deve ser realizada por profissional da área médica.

Havendo sangramento, o acidentado deverá procurar auxílio médico para aplicação de soro específico.Devido ao grande número de acidentes hemorrágicos a partir de 1989, o Instituto Butantan desenvolveu o Soro Antilonômico que tem a propriedade de reverter o distúrbio causado pela taturana. Atualmente é o único tratamento eficaz .

É também de grande importância que a taturana causadora do acidente seja coletada e levada junto com o acidentado, para uma identificação correta.

Na natureza não existem vilões:

Apesar das taturanas causarem acidentes e algumas prejuízos, como pragas às lavouras, elas são importantes dentro do equilíbrio da natureza. Sabe-se, atualmente, que o surgimento de lonomias em abundância deveu-se ao desequilíbrio ambiental provocados por desmatamentos, queimadas, extermínio de predadores por aplicação de agrotóxicos e por proliferação de loteamentos em áreas preservadas. Ao encontrar taturanas, não mate-as. Colete-as e procure um profissional para a identificação correta e encaminhamento ao órgão competente. Desta forma, você estará colaborando com a ciência e preservando a natureza.

Procure o Instituto Butantan:

Para orientação sobre lagartas urticantes ou outros insetos ligue (11) 37267222 ramal 2128 – Laboratório de Parasitologia/Entomologia – e-mail: taturana@butantan.gov.br
Para orientação sobre tratamento ligue (11) 3726-7222 ramais 2188/2000 – Hospital Vital Brazil: e-mail: hospital@butantan.gov.br

Fontes:
http://www.butantan.gov.br/materialdidatico/numero6/numero6.htm
http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2376
http://www.cit.sc.gov.br/agentes_animais_lagartas_lonomia.php

sábado, 3 de maio de 2008

Survivorman: Excursionismo no limite.


Para quem ainda não conhece o tal do Survivorman eu explico. Trata-se de um seriado (facilmente achado no e-mule) no formato aproximado a um reality show, onde um cara chamado Les Stroud passa homéricos perrengues em ambientes hostis e inóspitos (montanhas, pântanos, desertos, ilhas, selvas) durante cerca de sete dia. Ele é deixado na região, sozinho, com um kit básico de sobrevivência que varia de acordo onde ele vai e também uma penca de mini-câmeras de filmagens, baterias e tripé. No decorrer do "perrengão" ele vai documentando tudo por meio das câmeras e o resultado é um episódio bem interessante que acaba ensinando técnicas de sobrevivência aos expectadores, sem falar na camelação total que o cara passa. O programa fez tanto sucesso que já estão aparecendo outros similares como o "A prova de tudo", que é parecido mas bem mais nojento, pois o camarada desse programa é capaz de comer até merda se for necessário, diferente do Survivorman que é mais conservador.

É bom salientar que o conhecimento de técnicas de sobrevivência em ambientes hostis é extremamente importante, principalmente para excursionistas e montanhistas, porém a capacidade de planejamento e logística são muito mais. Um bom excursionista ou montanhista deve prezar pela segurança de sua estadia em locais remotos, mas se não tiver outro jeito vai ser bom saber se virar.