sábado, 14 de maio de 2011

Sete Dias na Chapada Diamantina



1º Dia - Salvador - Lençóis

Chegamos a Salvador à 1:00 da manhã, esperamos até as 7:00 para alugarmos o carro. Pegamos um Gol 1.6 com ar que aguentou bem as estradas de terra e seguimos para a cidade de Lençóis. A dica é utilizar a Estrada do Feijão, passando Feira de Santana e indo em direção a Ipirá e seguindo para Itaberaba. A estrada é muito boa e quase não tem caminhões.

Passando o posto policial após Feira de Santana é a primeira saída à direita, é uma saída bem discreta e não vimos placas, o que nos indicou foi o GPS, senão provavelmente teríamos passado.


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Chegamos em Lençóis por volta das 13:00, deixamos as coisas na Pousada das Árvores e fomos almoçar no restaurante no rio Mucugezinho onde fica o Poço do Diabo. De lá seguimos para o Morro do Pai Inácio com a intenção de vermos o por do sol, porém não subimos, pois estava chovendo e deixamos para o dia seguinte. Não é necessário pagar entrada, mas existe uma portaria onde o pessoal do GAP (Grupo Ambientalista de Palmeiras) pede uma contribuição voluntária. O ideal é chegar até as 17:00 caso você queira pegar o por do sol lá em cima, após esse horário não é permitido subir. No horário de verão esse limite deve ser alterado então convém se informar na cidade.


Cachoeira do Poço do Diabo

www.pousadadasarvores.com

2º Dia

Acordamos cedo e saímos em direção a Iraquara, que fica a aproximadamente a 1 hora de lençóis, como o tempo estava melhor que no dia anterior fizemos uma parada no Morro do Pai Inácio que fica bem no caminho. A trilha de subida é fácil e leva menos de meia hora para chegar ao topo.


Vista do topo do Morro do Pai Inácio

Em Iraquara fica a gruta da Pratinha e na mesma propriedade a Gruta Azul. Paga-se R$15,00 por pessoa para visitar as duas atrações. Existe a possibilidade de fazer flutuação na gruta da pratinha pelo preço R$20,00 por pessoa, mas optamos apenas por nadar na lagoa. O local fica em propriedade particular e conta com restaurante e banheiros.


Gruta Azul


Gruta da Pratinha


Gruta da Pratinha


Lagoa da Pratinha


Lagoa da Pratinha

Saindo da pratinha fomos para a gruta da Lapa Doce onde é feito um passeio pela caverna que conta com várias formações e tem aproximadamente 900m de percurso, não existe água na gruta que também está em propriedade particular e paga-se R$10,00 por pessoa para fazer o passeio acompanhado obrigatoriamente por monitor.


Entrada da Lapa Doce


Uma das formações da Lapa Doce

3º Dia - Cachoeira da Fumaça



Acordamos cedo já com todas as coisas arrumadas, deixamos a cidade de Lençóis e partimos para fazer a trilha da cachoeira da fumaça por cima. A entrada da trilha fica no Vale do Capão passando pela cidade de Palmeiras. Atravessando a cidade, é só seguir as placas e perguntar para o pessoal da cidade, não tem erro. Entra em uma estrada de terra em boas condições, após passar pelo Pau Ferro, entra à esquerda, segue pela estrada e logo você chega em um vilarejo onde fica a entrada da trilha.


Parte alagada da trilha

A trilha é bem batida, não utilizamos guia e não tivemos dificuldade. A trilha tem aproximadamente 6km, iniciando com uma subida íngreme e ficando praticamente plana pelo resto do percurso. Um pouco antes de chegar à cachoeira, em algumas épocas do ano, você tem que passar por um trecho alagado, sendo necessário retirar os calçados.


Vista da cachoeira pelo lado direito.

Ao fim da trilha, seguindo pela direita é possível ver a cachoeira quase de frente, com uma bela vista de todo o vale. Seguindo pela esquerda e cruzando o riacho, chega-se a um platô (mirante) onde se tem uma vista de toda a cachoeira. No platô, é bom ter cuidado, pois se cair, já era!


Platô


Vista da cachoeira do platô

Retornamos e seguimos para Mucugê, por dentro, sentido Guiné. É uma estrada de terra, não muito boa, não existem muitas placas indicativas. Demoramos cerca de 2h para fazer este trecho de aproximadamente 60km. O ideal é abastecer o carro no primeiro e único posto de Palmeiras, na entrada da cidade, pois o próximo posto é somente em Mucugê. Nos hospedamos na pousada Monte Azul, muito aconchegante e com um café da manhã muito completo, onde comemos praticamente um almoço.

www.pousadamonteazul.com.br


Visual da trilha

4º Dia - Poço Encantado e Poço Azul

Logo cedo, pegamos a BA 142 em direção a Itaetê, com destino a um dos principais atrativos da Chapada: o Poço Encantado. Há uma placa na BA indicando o acesso ao poço, que fica em propriedade particular. Após sair da Ba, segue por uma larga estrada de terra que dá acesso tanto para o Poço Encantado, como para o Poço Azul. Para o Poço Encantado, sai à direita numa estrada de terra secundária, após uma placa indicativa e segue por aproximadamente 6km. Para visitar o poço é necessário pagar a taxa de $20,00 por pessoa.

A visita é feita em grupos de 10 pessoas, em quinze minutos, acompanhados pelo condutor do local e o banho não é permitido. Como tinha somente nosso grupo, ficamos no local por mais tempo e tivemos a sorte de ver o feixe azul formado pelo raio de sol. Segundo os guias, isso ocorre somente entre abril e setembro. O ideal é ir em dias ensolarados e no período da manhã até as 14h.


Poço Encantado

Saímos do Poço Encantado por volta das 11h e seguimos para o Poço Azul. Da estrada de terra principal até o Poço Azul, são 18km. Não existem muitas placas no caminho, o que gera um pouco de dúvida. Seguindo na estrada, em determinado ponto você vê uma vila à direita, mas o caminho é seguindo reto em direção à Fazenda Moreno, até chegar no Rio Paraguassu.


Poço Azul

Estacionamos o carro e atravessamos com uma canoa motorizada (uma voadeira), pagando o valor de $4,00 por pessoa. Para entrar na propriedade particular onde fica o Poço Azul paga-se $10,00 por pessoa. O local tem banheiros e o ótimo restaurante da Dona Alice. É possível flutuar no poço, com colete salva-vida obrigatório. Eles fornecem máscara de mergulho e snorkel. A experiência é sensacional e recomendo à todos. Se você tiver caixa estanque, irá fazer ótima fotos. Caso não tenha, o Israel, um dos proprietários e condutor ao poço, pode tirar ótimas fotos e você já sai de lá com o CD de fotos na mão.


Flutuação

Retornamos para Mucugê, tomamos um banho e fomos ao centro da cidade jantar uma deliciosa pizza no Café.com. Se aceitarem sugestão, peçam a pizza “Vale do Capão”. Vale a pena passar pelo Cemitério Bizantino que fica muito bonito iluminado à noite.


Cemitério a noite

5º Dia Projeto Sempre Viva e Vila de Igatu

Neste dia acordamos um pouco mais tarde, pois o roteiro seria mais tranqüilo e aproveitamos para descansar um pouco. Passamos rapidamente para conhecer o Cemitério Bizantino que fica bem próximo à pousada, na beira da BA 142. Seguindo pela mesma estrada, fomos visitar o Projeto Sempre Viva que tem por finalidade preservar e reproduzir uma variedade de sempre viva (flor) ameaçada de extinção.

Neste complexo também visitamos a Cachoeira da Piabinha, onde é possível banhar-se e seguimos por uma trilha fácil até a Cachoeira do Tiburtino. Paga-se R$10,00 de entrada por pessoa.


Cachoeira da Piabinha


Cor da água da Cahapada Diamantina


Cachoeira do Tiburtino

www.projetosempreviva.com.br

Voltamos para a Ba 142 e seguimos para Igatu. Na estrada há uma placa que indica o acesso à vila, mas tem que prestar atenção, pois a placa é bem na entrada.


Ruínas de Igatu

Segue-se por 6km em uma estrada de terra ruim até chegar ao vilarejo. O passeio vale a pena, pois você pode ver as “Ruínas de Igatu”, antigo vilarejo de casas de pedras construído no período do garimpo e que foi abandonado após a decadência do mesmo.


Ruínas de Igatu

6º Dia – Cachoeira da Fumacinha por cima.

Saímos de Mucugê já com todas nossas coisas no carro, pegamos a BA 142, sentido sul em direção à Cascavel, onde segundo nos informaram ficava o início da trilha. Nas atrações de Ibicoara (Cachoeira da Fumacinha e Buracão) é obrigatório a contratação de guia, porém, como saímos de Mucugê direto para Cascavel arriscamos ir sem guia para fazer a Fumacinha por cima.


Parte plana da trilha

No Vilarejo de Casacavel, não existe placas e poucas pessoas sabiam informar onde era o início da trilha, que fica no povoado de Campo Alegre. Deixamos o carro na sombra de uma árvore, na beira de uma estrada de terra, que demarca o início da trilha.


Gerais do Machambongo ao fundo

Ela segue discreta em direção ao vale, iniciando com uma subida moderada e depois fica plana, onde anda-se grande parte do tempo com vista para os Gerais de Machambongo.


Parte plana da trilha

Por volta de 1h30 de caminhada chega-se à beira de um rio. Neste ponto, resolvemos voltar, pois estávamos no meio da viagem para Ibicoara e tivemos problemas com o protetor do cárter do carro e já era quase 16h30 da tarde, portanto não chegamos até a Cachoeira da Fumacinha por cima.


Protetor do cárter caído

Voltamos novamente para a BA 142 até a cidade de Ibicoara. Dormimos na Pousada Ibicoara que fica no centro da cidade. É uma pousada bem simples e o pessoal muito receptivo e simpático.

7º Dia Cachoeira do Buracão


Espalhado

Na noite anterior, o pessoal da pousada indicou um guia para nos levar à Cachoeira do Buracão. É obrigatório estar com um guia credenciado da cidade. O nosso guia, Márcio, da Associação de Guias Bicho do Mato, cobrou R$ 100,00 pelo dia para levar 06 pessoas, pois um casal que estava na pousada também foi conosco.


Cachoeira do Buraquinho

O passeio leva o dia todo, é interessante levar água, lanche de trilha e protetor solar. Para entrar na cachoeira paga-se, além do guia, R$ 20,00 de entrada por pessoa. A trilha é fácil, não há trechos íngremes e o visual é muito bonito.


Cachoeira das Orquideas

A primeira parada é no Espalhado, junção de alguns rios. Logo após chegamos em um mirante onde vemos a cachoeira do Buraquinho, prosseguimos acompanhando o rio, passamos pela Cachoeira das Orquídeas até chegar no Recanto Verde.


Cachoeira do Recanto Verde

Um pouco abaixo, o guia já nos fornece coletes salva-vidas (uso obrigatório) para chegarmos até a Cachoeira do Buracão. Há duas formas: ou pelas pedras, passando por uma pinguela, ou nadando pelo cânion, contra a correnteza. Como o volume d’água estava alto, fomos nadando, pois a pinguela estava molhada e escorregadia. Porém, independente disso, iríamos nadando de qualquer forma! A experiência é mais divertida e o visual deslumbrante, porém não foi possível tirar fotos, pois não deu para levar a câmera.


Cânion do buracão

A dica é levar caixa estanque ou máquina fotográfica a prova d’água. No retorno é possível tirar fotos de cima da cachoeira.


Cachoeira do Buracão vista por cima

Para quem quiser contratar o Márcio:



Nesta noite dormimos na pousada e de madrugada saímos de volta à Salvador.


Cachoeira do Buracão vista por cima


Pousada Ibicoara: 77-3413-2276


É nois

Observações Finais:

Melhor Época:

O Parque Nacional da Chapada Diamantina pode ser visitado em qualquer época do ano. No verão, de Dezembro à Março, é o período que chove mais e as cachoeiras ficam mais volumosas, mas é entre Abril e Setembro que o raio de luz entra no Poço Encantado.

Mapa do circuito que fizemos:


Exibir mapa ampliado

O guia abaixo é muito difundido na região e acabamos comprando porém na minha opinião ele é um guia muito mais comercial que orientativo, traz uma grande relação de estabelecimentos comerciais nas cidades e trata superficialmente as informações necessárias para você se virar sozinho, tipo como chegar, trilhas, passeios, etc.
Eu não recomendo.

2 comentários:

Nilson Soares disse...

Prezados,

Adorei, estou planejando uma motoviagem para julho, e vocês me deram uma dica, antes meus planos era só a Serra da Canastra...

Lindas fotos,

parabéns pela alegria,

abs,

nilson Soares

Marcelo Wood disse...

Olá Nilson, acho que você vai curtir bastante, sete dias foi pouco tempo então sugiro uns 10 ou 15 se quiser fazer umas travessias, o lugar tem muita coisa para conhecer. Boa viagem!!!